quarta-feira, 31 de agosto de 2011

BIOMEDICINA NO CORREIO BRAZILIENSE

Pouco conhecida, mas essencial
Da Redação - Correio Braziliense

29/08/2011 11:58
Assim é a atividade, que tem foco na pesquisa e no diagnóstico das doenças humanas. Oferta de cursos de graduação tem crescido no DF, bem como o mercado de trabalho
Carlos Moura/CB/D.A Press
A maioria dos biomédicos atua em laboratórios, embora o número de especialidades da profissão seja enorme
“O que faz um biomédico?” Todo estudante ou profissional do ramo já ouviu essa pergunta de algum curioso. E todos já deram a mesma resposta: “Bastante coisa”. De fato. Segundo o Conselho Regional de Biomedicina da 3ª região (CRBM-3), hoje existem cerca de 30 habilitações na área (veja quadro). No Distrito Federal, essa profissão ainda é desconhecida por muita gente, mas pouco a pouco tem ganhado espaço no mercado e atraído mais interessados em uma graduação. Já são cinco as faculdades que oferecem formação nessa especialidade em Brasília.
“O DF está descobrindo o biomédico. Há seis anos, só uma escola ofertava o curso aqui, mas hoje já temos várias instituições e mais candidatos. Há uma demanda crescente por esses profissionais”, conta o coordenador de biomedicina da Faculdade Anhanguera, Carlos Fernando dos Santos, que aponta os laboratórios e os centros de diagnóstico por imagem da cidade como as grandes fontes de emprego para a categoria. Em 2005, uma resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou que a responsabilidade técnica por laboratórios de análises e postos de coleta ficasse a cargo, entre outros profissionais, de biomédicos. Tal norma ampliou as oportunidades de trabalho no setor, que tem piso salarial no valor de R$ 1.817 para a jornada de 44 horas semanais.
Criada em 1966 pela antiga Escola Paulista de Medicina e regulamentada 13 anos depois, a atividade surgiu para suprir uma carência observada no ramo da saúde. “Faltavam professores de conteúdos básicos, como anatomia, histologia e microbiologia, porque os médicos não queriam dar aulas dessas disciplinas, eles queriam fazer uma especialização e clinicar”, explica Lidia Maria Pinto, professora de biomedicina na Universidade Católica de Brasília (UCB). Assim, consolidou-se uma capacitação com foco na pesquisa, que, posteriormente, ganhou outra atribuição importante: o diagnóstico, área escolhida por cerca de 80% dos biomédicos em atuação hoje. E é justamente esse ponto que distingue a profissão da medicina — esta atua na cura direta das doenças e na restauração da saúde.
A exemplo da maioria dos especialistas na área, a biomédica Jailma Miyada, 44 anos, trabalha em um laboratório. Formada pela Universidade Federal de Goiás em 1991, ela conta que nunca teve dúvidas sobre o ramo que queria seguir. Desde que recebeu o diploma, trabalha com análises clínicas. “Algumas pessoas fazem biomedicina porque não conseguiram passar em um curso de medicina, mas eu não”, comenta a profissional, ao se dizer realizada com o que faz. Em 1999, a goiana mudou-se para Brasília e começou a trabalhar no laboratório Exame, onde está até hoje. Lá dentro, ela já atuou nas unidades de coleta, no setor de hormônios e hoje fica na assessoria científica do grupo, ajudando médicos e pacientes a solicitar e interpretar exames.
Privado x público
Além da habilitação escolhida por Jailma, a iniciativa privada oferece aos profissionais do ramo possibilidades de trabalho com análise veterinária, reprodução humana, acupuntura e análise ambiental, entre outras. Já o sonho de entrar no funcionalismo público é restrito a tal categoria. Isso porque apenas uma instituição da Secretaria de Saúde do DF, o Hemocentro, tem carreira reservada à classe. “Quem tem diploma em biomedicina concorre nos concursos às vagas para biólogo e farmacêutico bioquímico. No caso de aprovação, tem que entrar na Justiça para conseguir a nomeação”, explica a professora Lidia.
Apesar das limitações, é justamente um cargo do serviço público o grande objeto de desejo da maioria dos formados na área: o de perito criminal das polícias Civil e Federal, aberto a diversas profissões. “É um ótimo emprego e tem uma excelente remuneração (de R$ 3 mil a R$12 mil, dependendo da localidade e do órgão)”, diz o estudante Marne Azarias, 25 anos, que não nega a vontade de atuar na atividade considerada a ‘menina dos olhos’ dos biomédicos. Ainda assim, o aluno do último semestre de biomedicina no Uniceub frisa que ingressou na faculdade com o foco em outro tipo de trabalho. “Gosto muito de ciência, biologia e química, quero ser um pesquisador”, declara o jovem.
Atuação ampla
O número de habilitações relacionadas à biomedicina é impreciso, pois a cada momento surgem novas especialidades, sendo algumas delas questionadas por especialistas. Abaixo, está a lista com as principais atividades desenvolvidas por esses profissionais:
Acupuntura
Análise ambiental
Análise clínica veterinária
Análises bromatológicas
Análises clínicas
Anatomia patológica
Banco de sangue
Biologia molecular
Citologia oncótica
Embriologia
Estética
Fisiologia (geral e humana)
Genética
Histologia humana
Imagenologia
Informática de saúde
Microbiologia de alimentos
Patologia
Perfusão extracorpórea
Psicobiologia
Radiologia
Reprodução humana
Sanitarista
Saúde pública
Toxicologia
Virologia
Fonte: Conselho Regional de Biomedicina da 3ª região (CRBM-3)
Onde estudar
Centro Universitário de Brasília (Uniceub)
Duração: nove semestres
Turno: matutino
Tel.: (61) 3966-1475
www.uniceub.br
Faculdade Anhanguera
Duração: quatro anos
Turno: vespertino e noturno
Tel.: 0800-941-4444
www.unianhanguera.edu.br
Faculdades Integradas Icesp
Duração: quatro anos
Turno: noturno
Tel.: (61) 3035-9500
www.unicesp.edu.br
Universidade Católica de Brasília (UCB)
Duração: nove semestres
Turno: matutino
Tel.: (61) 3356-9144
www.ucb.br
Universidade Paulista (Unip)
Duração: quatro anos
Turno: matutino
Tel.: (61) 2192-7030
www.unip.br

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